Lendo junto
É justamente na fantasia que formulamos possibilidades, alimentamos respostas e criamos futuros possíveis para um mundo sem desigualdades, machismo e racismo.
Nesse clássico da ficção científica do século 20, conhecemos Charlie, um homem com inteligência considerada abaixo da média que passa por um experimento que promete ampliar exponencialmente sua capacidade cognitiva. A partir de uma narrativa epistolar delicada e cheia de nuances, acompanhamos a trajetória de Charlie em busca do autoconhecimento, das próprias vontades, sonhos e objetivos, reinterpretando o mundo ao seu redor. Em uma espiral por vezes angustiante, Flores para Algernon trata de maneira complexa e delicada temas como a percepção do que é ser "inteligente" no mundo contemporâneo, abismos sociais e os limites éticos da ciência.
De acordo com o livro de memórias de Daniel Keyes, o romance tem inspiração direta na própria vida do autor, que era encorajado pelos pais a tentar carreira na medicina; e também pela Poética de Aristóteles, especialmente o trecho que se refere à estrutura da tragédia. Keyes ficou intrigado com a premissa de que, de acordo com Aristóteles, a tragédia só acontece às elites, afinal, a tragédia priva seus personagens de tudo — e a queda é ainda maior quando vem do topo da escala social. Keyes resolveu testar a premissa, dando a Charlie um início de vida doloroso e sem recursos para, então, guiar sua ascensão e queda.
Perguntas e temas para debate:
- Afinal, a história de Charlie é trágica, como Keyes imaginava? Ele provou seu ponto ao escrever uma história que se inicia em um momento difícil da vida do personagem?
- Como foi a experiência de leitura enquanto Charlie progride? Houve alguma mudança na forma como você imaginou o personagem?
- Na sua opinião, por que a história funciona como um romance epistolar? Ela funcionaria como romance em terceira pessoa?
- Qual o papel de Algernon dentro da trama?
- Como a nova percepção de mundo de Charlie altera o personagem? E suas relações?
- Quais os dilemas éticos em jogo na obra?
- Na sua percepção, Charlie conquista autonomia dentro da trama?
- Você imagina que a pesquisa da qual Charlie é objeto seria viável no nosso mundo?
- Qual é a passagem mais dolorosa, na sua visão?
- Você participaria de um experimento como o de Charlie, mesmo que houvesse garantia de sucesso?
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