De acordo com uma crítica do The Guardian, era uma narrativa “cheia de suspense e inteligência satírica”. Contudo, o próprio autor discordava da classificação: preferia dizer que o romance era construído sempre a partir da “lógica do absurdo”, de uma ideia abstrata. Ao mesmo tempo, suas histórias fantásticas costumavam ter inúmeros vínculos com questões do mundo contemporâneo. Por vezes didático, Boulle se propôs a fazer uma investigação sobre a essência humana em O planeta dos macacos. Sua narrativa originou não apenas inúmeros filmes e adaptações, como um debate persistente sobre os limites da ciência, a humanidade como exploradora e as consequências dos avanços tecnológicos em uma perturbadora inversão de papéis que se tornou um clássico da literatura imaginativa.

Perguntas e temas para debate:

• Para você, O planeta dos macacos é ficção científica? Por quê?
• Essa história se trata de uma distopia, de uma utopia ou ambos?
• Quais aspectos da narrativa tornam essa história perturbadora?
• A história de alguma maneira transparece a década em que foi contada – por volta dos anos 1960, época de debates acalorados sobre direitos humanos?
• Na sua opinião, o nome Ulysse diz algo sobre o personagem? O quê?
• Em que difere a sociedade dos macacos em Soror e as sociedades humanas como as conhecemos?
• Pensando além de O planeta dos macacos, é possível imaginar um mundo em que a espécie humana não seja dominante? Quais seriam as consequências disso?
• Como a comunicação e a inteligência são pontos centrais para Ulysse e seu destino em O planeta dos macacos?
• No futuro, como será a relação da humanidade com os animais?
• Para quem assistiu ao filme de 1958, qual revelação é mais potente: a do fim do filme ou do livro?